"Construindo o amanhã"

Cool Japan como recurso de soft power para a imagem do Japão nas Olimpíadas de 2021

Autores

  • Mayara Araujo UFF
  • Alana Oliveira UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.21878/compolitica.2020.10.3.311

Palavras-chave:

soft power, Cool Japan, Olimpíadas

Resumo

O artigo discute a difusão do soft power japonês no século XXI, tomando como lócus de investigação a utilização da campanha Cool Japan no contexto das Olimpíadas de 2021. Percebe-se que na virada do século XX o Japão modificou suas estratégias de política externa, investindo na diplomacia cultural como um dos métodos para atingir seus objetivos. Através de uma discussão teórica realizada com o apoio de alguns materiais oficiais do evento, partimos da hipótese de que o Japão instrumentaliza o Cool Japan para promover seu soft power e criar uma imagem positiva do país internacionalmente, sustentando, assim, seu branding nacional baseado em prestígio e simpatia diante do cenário internacional.

Biografia do Autor

Mayara Araujo, UFF

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (PPGCOM-UFF). Mestre em Comunicação e Cultura (2018). Pesquisadora vinculada ao MidiAsia (UFF) e integrante da Red Ibero Americana de investigadores de anime y manga (RIIAM).

Alana Oliveira, UFRJ

Doutoranda em Economia Política Internacional junto ao PEPI-IE/UFRJ e mestre pelo mesmo programa. Pesquisadora Visitante na Universidade de Columbia nos EUA e ex-pesquisadora visitante na Universidade de Osaka no Japão. Membro do grupo de pesquisa LEMRI, LabChina e Integração Sul. Bolsita CNPQ de Doutorado Sanduíche.

Referências

ALBUQUERQUE, Afonso; CORTEZ, Krystal. Cultura Pop e Política na Nova Ordem Global: lições do Extremo Oriente. In: CARREIRO, Rodrigo; FERRARAZ, Rogério; SÁ, Simone Pereira de (Org). Cultura Pop. Salvador: Edufba, 2015.
ALLISON, Anne. The Attractions of the J-Wave for American Youth. In: WATANABE, Yasushi; MCCONNELL, David L. Soft power superpowers: cultural and national assets of Japan and the United States. New York: East Gate Book, 2008, p. 99-110.
ARMENAKYAN, Anahit; HESLOP, Louise A.; NADEAU, John; O'REILLY, Norm; LU, Irene. Does hosting the Olympic Games matter? Canada and Olympic Games images before and after the 2010 Olympic Games. International Journal of Sport Management and Marketing, v.12, 2012, p.111-140.
BERGER, Thomas. War, Guilt, and World Politics after World War II. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.
BLACK, David. The Symbolic Politics of Sport Mega-Events: 2010 in Comparative Perspective. Politikon, v.34, n.3, 2007, p. 261-276.
BUARQUE, Daniel. Jogos consolidam imagem do Brasil como país decorativo. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 de agosto de 2016. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/esporte/olimpiada-no-rio/2016/08/1805961-jogos-consolidam-imagem-do-brasil-como-pais-decorativo.shtm. Acesso em: 26 de outubro de 2020.
CHOO, Kukhee. Playing the global game: Japan brand and globalization. In: FUNG, Anthony (eds). Asian Popular Culture: the global (dis)continuity. Routledge, 2013, p. 213-227.
COOPER-CHEN, Anne. Cartoon Planet: the cross-cultural acceptance of Japanese animation. Asian Journal of Communication, v.22, n.1, 2012, p. 44-57.
CORNELISSEN, Scarlett. Scripting the nation: sport, mega-events, foreign policy and state-building in post-apartheid South Africa. Sport in Society, v.11, n. 4, 2008, p. 481-493.
FAN, Ying. Branding the nation: Towards a better understanding. Place Branding and Public Diplomacy, v.6, n. 2, 2010, p. 97-103.
GRAVETT, Paul. Mangá: como o Japão reinventou os quadrinhos. São Paulo: Conrad Editora, 2006.
HWANG, Dong-Jhy; MANGAN, J. A. Japanese Cultural Imperialism in Taiwan: Judo as an Instrument of Colonial Conditioning. In: MANGAN J.; HORTON, P.; REN, T. Ok. G. (eds). Japanese Imperialism: Politics and Sport in East Asia. Singapore: Palgrave Macmillan, 2017.
IWABUCHI, Koichi. Pop-culture diplomacy in Japan: soft-power, nation branding and the question of ‘international cultural exchange’. International Journal of Cultural Policy, v.21, n.4, 2015, p. 419-432.
IWABUCHI, Koichi. Recentering Globalization: popular culture and japanesetransnacionalism. Duke University Press, 2002.
IWABUCHI, Koichi. Complicit and its other. The Australian Journal of media & culture, v.8, n.2, 1994.
KATZENSTEIN, Peter. Cultural norms and national security police and military in postwar Japan. Ithaca, NY: Cornell University Press, 1996.
MANDUJANO, Yunen. The banal campaign in Japanese Media for the reproduction of traditional national identity discourse. In: Kamila Sosnowska (Org.). Facing East: International Scholars on Japanese Culture. Bielsko-Biala: NowaStrona, 2013, p. 59-76.
MANHEIM, Jarol B. Rites of Passage: the 1988 Seoul olympics as public diplomacy. The Western Political Quarterly. V.43, n.2, 1990, p. 279-295.
MARTIN, Alexander. The 1964 Tokyo Olympics: A Turning Point for Japan. The Wall Street Journal, 2013.
MCGRAY, Douglas. Japan’s gross national cool. Foreign Policy, 2002.
NYE Jr., Joseph. Soft Power. Foreign Policy, n.80, 1990, p. 153-171.
NYE Jr., Joseph. Soft Power: The means to success in world politics. New York: PublicAffairs, 2004.
NYE Jr., Joseph. Get Smart: Combining Hard and Soft Power. Foreign Affairs, v.88, n.4, 2009, p.163-166.
OKANO, Michiko. A estética kawaii - origem e diálogo. In: Anais do Encontro Internacional de Pesquisadores em Arte Oriental. São Paulo, 2014, p. 288-307.
OLIVEIRA, Alana Camoça Gonçalves de Oliveira. O petróleo africano no horizonte do Brasil. A relação entre política externa brasileira e a energia nas relações Brasil-Nigéria e Brasil-Angola (2003-2014). Dissertação de mestrado, UFRJ, Brasil, 2015.
OLIVEIRA, Alana Camoça Gonçalves de Oliveira. Entre o Sol, a Águia e o Dragão: dinâmicas de poder e segurança entre Japão, EUA e China no Leste Asiático e o estudo de caso das ilhas Senkaku/Diaoyu no século XXI. Tese de doutorado, UFRJ, Brasil, 2019.
OTMAZGIN, Nissim Kadosh. Geopolitics and Soft Power: Japan's Cultural Policy and Cultural Diplomacy in Asia. Asia-Pacific Review, v. 19, n. 1, 2012, p. 37-61.
PYLE, Kenneth B. Japan Rising: the resurgence of Japanese power and purpose. NY: Public Affairs, 2007.
ROCHE, Maurice. Mega-events and Modernity: Olympics and Expos in the Growth of Global Culture. Routledge, 2000.
SHIM, Dooboo. Hybridity and the rise of Korean popular culture in Asia. Media Culture Society, v.28, n. 25, 2006, p. 25-44.
SUPPO, Hugo. Reflexões sobre o lugar do esporte nas relações internacionais. Contexto Internacional, v. 34, n.2, 2012.
TARO, Aso. A new look at cultural diplomacy: a call to Japan’s cultural practitioners. Ministery of Foreign Affairs of Japan (MOFA) 2006. Disponível em: https://www.mofa.go.jp/announce/fm/aso/speech0604-2.html. Acesso em: 26 de outubro de 2020.
UEHARA, Alexandre. A política externa do Japão no final do século XX. O que faltou? Fundação Japão. Annablume. Selo Universidade, 2003.
VALASKIVI, Katja. A brand new future? Cool Japan and the social imaginary of the branded nation. Japan Forum, v.24, n. 4, 2013, p. 485-504.
WHITSON, D. ‘Bringing the World to Canada: “The Periphery of the Centre”’. Third World Quarterly, v.25, n.7, 2004, p. 1215–1232.
WIDOMSKI, Marcin. The Olympic Games in the Creation of the Image of the Host Country and City. HistoriaiPolityka, n. 16, 2016, p. 43–55.
ZHAO, Suisheng. China’s Power from a Chinese Perspective (I): A Developing Country versus a Great Power. In: CHUNG, Jae-ho. Assessing China’s Power. The Asan Institute, UK: Palgrave Macmillian, 2015, p. 251-270.

Downloads

Publicado

2020-12-28

Como Citar

Araujo, M., & Oliveira, A. (2020). "Construindo o amanhã": Cool Japan como recurso de soft power para a imagem do Japão nas Olimpíadas de 2021. Compolítica, 10(3), 163–188. https://doi.org/10.21878/compolitica.2020.10.3.311