A política do anti

Uma análise da campanha de João Dória à Prefeitura de São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21878/compolitica.2022.12.3.624

Palavras-chave:

Antipolítica, Antistablishment, João Doria

Resumo

Este artigo identifica conteúdos Antipolítica e Antistablishment em vídeos postados por João Doria no Facebook durante a campanha de 2016 à prefeitura de S. Paulo. Construirmos um mapa teórico com características de tais conceitos e por análise de conteúdo observamos a presença delas em um conjunto de 81 vídeos. Verificamos como Doria adotou o modus operandi de uma “política do anti”, na qual o conteúdo antiestablishment foi usado para validá-lo eleitoralmente e o antipolítico para o alcance de engajamento nas redes.

Referências

ALVES, M., TAVARES, C. e ALBUQUERQUE, A. Datificação e redes na comunicação política: mapeamento de redes e fluxos no Facebook. Revista Esferas, n. 14, DOI: http://dx.doi.org/10.31501/esf.v0i14.10367.

BALESTRIN, L. Rumo à teoria pós-democrática? Paper apresentado no 41º Encontro. Anual da Anpocs. Caxambu, 23 a 27 de outubro de 2017.

BARR, R. R.. Populists, Outsiders and Anti-Establishment Politics. Party Politics, [s.l.], v. 15, n. 1, p.29-48, jan. 2009.

BRACCIALE, R., ANDRETTA, M. e MARTELLA, A. Does populism go viral? How Italian leaders engage citizens through social media, Information, Communication & Society, DOI: 10.1080/1369118X.2021.1874472,2021.

BROWN, W.. American Nightmare: Neoliberalism, Neoconservatism, and De- Democratization. Political Theory, vol.34, n.6, Dec.2006, 690-714.

BULOW, M. e DIAS, T. O ativismo de hashtags contra e a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Revista Crítica de Ciências Sociais. n. 120. 2019 p. 5-32.

CROUCH, C. Post-Democracy. 2004.

GOMES, W. Transformações da política na era da comunicação de massa. São Paulo: Paulus, 2007.

GUAZINA, L. Ficção televisiva e política: um estudo sobre a telenovela Explode Coração. Comunição & Política 4 (2), 151-75, 1997.

GUAZINA, L. Novos e velhos desafios para as democracias em tempos de populismo. Entrevista com Gianpietro Mazzoleni. Revista Compolítica, v. 9 n.3, 2019.

HANLEY, S.; SIKK, A.. Economy, corruption or floating voters? Explaining the breakthroughs of anti-establishment reform parties in eastern Europe. Party Politics, [s.l.], v. 22, n. 4, p.522-533, 18 set. 2014.

MAKINO, R. A Erosão dos Regimes Democráticos: A Construção das Interpretações de Alain Touraine e Juan J. Linz. Revista Pós, Volume 13. 2014. pag. 59-76.

MAYORGA, R. Antipolítica y neopopulismo. La Paz, CEBEM, 1995.

MAZZOLENI, G & BRACCIALE, R. Socially mediated populism: the communicative strategies of political leaders on Facebook. Palgrave Communications, DOI: 10.1057/s41599- 018-0104-x, 2018.

MOISES, J. A. A desconfiança nas instituições democráticas. Opinião Pública, Campinas, Vol. XI, n.1, Março, 2005, p 33-63.

MOISÉS, J. A. O significado da democracia segundo os brasileiros. In: A desconfiança política e os seus impactos na qualidade da democracia. Edusp, 2013.

PENTEADO, C. L. e CHAVES, J. M. S. O discurso anti PT como estratégia política: Estudo da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro no Twitter nas eleições de 2018. In: CERVI, E. e WEBER, M. H. (Orgs. ). Impactos político-comunicacionais nas eleições brasileiras de 2018. Curitiba, CPOP / Carvalho comunicação, 2021, p. 87-112.

PENTEADO, C.; LERNER, C. Uso do Facebook nas mobilizações de oposição ao governo. In: CASTILHO, A. et al (org). Comunicación política y democracia en Latinoamerica:retos y perspectivas. Capivari:Editora Nova Consciência, 2016.

PERUZZO, C. K. Movimentos sociais, redes virtuais e mídia alternativa no junho em que “o gigante acordou”(?). Revista Matrizes, ano 7, n.2 (2013) p. 73-93.

PRUDÊNCIO, K. KLEINA, N. Não vai ter copa: enquadramento da mobilização no Facebook. Revista Contemporânea. v. 15, n.2 (2017).

RANCIÈRE, J. Ódio à democracia. São Paulo: Boitempo, 2014.

SCHIAFFARINO, J. Entre votos e views: A construção do ‘antipolítico’ João Doria por vídeos no Facebook durante a eleição municipal de 2016. Dissertação de Mestrado, UnB, 2020.

SCHEDLER, A. The end of politics? Exploration into modern antipolitics. London: MacMillan, 1997.

SCHEDLER, A. Anti-Political-Establishment Parties. Party Politics, [s.l.], v. 2, n. 3, p.291- 312, jul. 1996.

SIBÍLIA, P. Autenticidade e performance: a construção de si como personagem visível. Revista Fronteiras. v.17, n. 3 (2015).

TATAGIBA, L. 1984, 1992 e 2013. Sobre ciclos de protestos e democracia no Brasil. Revista Política e Sociedade. v.13 n. 28, 2014.

TATAGIBA, L. Os protestos e a crise brasileira. Um inventário. Revista inicial das direitas em movimento (2011-2016) Revista Sinais Sociais. v. 11, n.33, jan. a abril, 2017.

WEBER, M. H. Imagem Pública. In: Comunicação e política: conceitos e abordagens. RUBIM, Antônio Albino Canelas (Org.); Salvador: Edufba, 2004. p. 259-308.

WEBER, M. H. O estatuto da Imagem Pública na disputa política. Revista Eco-Pos, Vol. 12, n. 3, 2009.

Downloads

Publicado

2023-06-03

Como Citar

Schiaffarino, J., & Guazina, L. (2023). A política do anti: Uma análise da campanha de João Dória à Prefeitura de São Paulo. Compolítica, 12(3), 81–108. https://doi.org/10.21878/compolitica.2022.12.3.624