"Eu sofri a dor inominável da injustiça": emoções, política e testemunho no discurso de Dilma Rousseff

Autores

  • Amanda Medeiros Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ)
  • Tatiane Leal Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.21878/compolitica.2017.7.2.126

Resumo

Este artigo analisa de que forma o lugar de vítima assumido por Dilma Rousseff no contexto
do impeachment dialoga com entendimentos contemporâneos sobre o sofrimento, a
compaixão e a política. Integram o corpus de análise o comunicado oficial de afastamento
proferido pela presidenta dentro do Palácio do Planalto e o discurso feito, logo após, para os
manifestantes que a apoiavam. A discussão realiza-se em torno de dois eixos: o lugar de vítima
assumido pela presidenta e a dor enquanto emoção compartilhada e motor de compaixão.
Para tanto, nos baseamos em autores do campo das teorias do trauma e da crítica social do
sofrimento. Como metodologia, utilizamos a análise de discurso baseada em Foucault, a partir
do conceito de raridade discursiva. Concluímos que o discurso da presidenta atua como
instrumento terapêutico e motor de compaixão em um contexto em que o sofrimento emerge
como experiência capaz de estabelecer identidades partilhadas, motivando novas formas de
fazer política.

Biografia do Autor

Amanda Medeiros, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ)

Doutoranda em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ e Mestre em Estudos da Mí­dia pela UFRN. Bolsista Capes.

Tatiane Leal, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ)

Doutoranda e Mestre em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ. Bolsista CNPq.

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Publicado

2017-11-18

Como Citar

Medeiros, A., & Leal, T. (2017). "Eu sofri a dor inominável da injustiça": emoções, política e testemunho no discurso de Dilma Rousseff. Compolítica, 7(2), 203–224. https://doi.org/10.21878/compolitica.2017.7.2.126

Edição

Seção

Artigos