"Eu sofri a dor inominável da injustiça": emoções, política e testemunho no discurso de Dilma Rousseff
DOI:
https://doi.org/10.21878/compolitica.2017.7.2.126Abstract
Este artigo analisa de que forma o lugar de vítima assumido por Dilma Rousseff no contexto
do impeachment dialoga com entendimentos contemporâneos sobre o sofrimento, a
compaixão e a política. Integram o corpus de análise o comunicado oficial de afastamento
proferido pela presidenta dentro do Palácio do Planalto e o discurso feito, logo após, para os
manifestantes que a apoiavam. A discussão realiza-se em torno de dois eixos: o lugar de vítima
assumido pela presidenta e a dor enquanto emoção compartilhada e motor de compaixão.
Para tanto, nos baseamos em autores do campo das teorias do trauma e da crítica social do
sofrimento. Como metodologia, utilizamos a análise de discurso baseada em Foucault, a partir
do conceito de raridade discursiva. Concluímos que o discurso da presidenta atua como
instrumento terapêutico e motor de compaixão em um contexto em que o sofrimento emerge
como experiência capaz de estabelecer identidades partilhadas, motivando novas formas de
fazer política.
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