Mídia e democracia: indeterminação e representatividade da representação
DOI:
https://doi.org/10.21878/compolitica.2014.4.2.67Resumo
Questiona-se aqui os pressupostos da chamada “crise da representação” na democracia contemporânea, e o papel específico nela desempenhado pelos modernos meios de comunicação, a partir de uma perspectiva teórica menos comprometida com os substancialismos individualista ou sociológico predominantes nas análises correntes sobre tal“crise”. Para isso, procede-se a uma pequena releitura de algumas das teorias fundadoras da democracia representativa moderna, cujo objetivo é contribuir para o início de certa desmistificação da noção de “representação”, tal como utilizada hoje pelos vários argumentos da “crise”, mostrando que, em seus primórdios, o caráter representativo da nova ordem republicana criada no Ocidente em muito pouco – ou quase nada – se referia, de fato, a algum problema de “representação”(tal como concebido hoje). Finalmente, se esboça uma defesa da inserção institucional-política da mídia na poliarquia atual, com base numa recolocação da questão da “representatividade” para a estabilidade e a eficácia do nosso sistema, dito representativo.
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